segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Ídolos


Primeiro Novak Djokovic anunciou Boris Becker como seu novo treinador para a temporada de 2014. Depois, Roger Federer divulgou que Stefan Edberg trabalhará com ele por pelo menos 10 semanas. As duas notícias agitaram o mundo do tênis nas últimas semanas. Além de reacender uma antiga rivalidade.

Confesso que não sei bem o que Djokovic espera com a contratação de Becker. O sérvio é um dos jogadores mais completos do circuito. O mental de Nole é muito forte e confiança não falta. Isso não quer dizer que Becker não tenha nada a acrescentar, pelo contrário. O alemão é dono de seis Grand Slams, foi líder do ranking por 12 semanas e é considerado um dos melhores jogadores de toda a história. Sem dúvida tem bons conselhos a oferecer a Djokovic.

Roger Federer vive um momento onde tudo que ele precisa é confiança. O suíço começou sua pré-temporada cedo, trocou de raquete e inicia a temporada já na primeira semana. Tudo diferente do último ano, justamente por um ano bem diferente de 2013. Stefan Edberg trabalhou com Federer durante a preparação para a nova temporada e inicia o trabalho como treinador no Australia Open. Edberg é o ídolo de infância de Roger. Tem melhor maneira de regastar a confiança do que ouvir conselhos do seu herói? Não, mesmo que você tenha 32 anos. E, principalmente, se seu herói for uma lenda, dono de seis Slams e tenha liderado o ranking por 72 semanas.

As parcerias com ídolos do passado geraram polêmica, muitos aprovaram e outros desaprovaram. Rafael Nadal, por exemplo, se mostrou contrário a atitude dos rivais. "O que mais importa é o jogador, não o treinador. No meu caso, nunca precisei de um campeão do passado para me treinar. Há maneiras diferentes de achar seu treinador certo. Alguns jogadores precisam de um cara que foi um grande campeão no passado para acreditarem neles mesmos. Eu, por exemplo, não preciso de uma lenda me treinando para confiar que a pessoa está falando as coisas certas", alfinetou o espanhol.

 Convenhamos que para Nadal as coisas sejam diferentes. Essa pessoa que “fala as coisas certas” para Rafa é o tio dele. E isso desde que ele tinha quatro anos. Entretanto, para os outros a coisa funciona de maneira diferente. Quem vai discordar que Andy Murray tomou a atitude correta quando contratou Ivan Lendl? Após a parceira com o tcheco, Murray, ganhou o ouro Olímpico em Londres, US Open e Wimbledon.

A parceria entre Stanislas Wawrinka e Magnus Norman também rendeu ótimos resultados. Além da mudança de comportamento em quadra, Wawrinka teve o melhor ano da carreira e fechou a temporada como número oito do ranking.

A única parceria do tipo que não deu bons resultados foi a de Nicolás Almagro e Juan Carlos Ferrero. Almagro teve um ano péssimo e não conquistou nenhum título. Porém, o espanhol está longe de ser um jogador impressionante. Com certeza isso faz diferença na hora de ver os resultados.     

O certo é que a temporada mal começou e todos estão curiosos para saber quais serão os resultados dessas parcerias. Além das disputas quentes dentro de quadra, vai rolar rivalidade entre os treinadores. Boris Becker e Stefan Edberg travaram umas das maiores rivalidades do tênis quando jogadores. Foram 35 jogos entre eles, Becker venceu 25 e Edberg 10. Acrescente Ivan Lendl na disputa, com Becker ele fez 21 partidas, com 11 vitórias de Lendl e 10 de Becker. Entre Lendl e Edberg foram 27 jogos, Lendl venceu 13 e Edberg 14. Os treinadores podem até negar, mas sem dúvida, a rivalidade entre eles irá reacender quando seus pupilos se enfrentarem.

Penso que é muito bom para o tênis à participação direta dos ídolos do passado. Esse tempero a mais só faz a nossa curiosidade ficar ainda maior. A temporada tem tudo para ser das melhores.

A largada já foi dada. Esta semana, Nadal, Murray e Ferrer jogam em Doha e Federer joga em Brisbane. Então, feliz ano novo a todos e aproveitem muito a nova temporada ao lado dos nossos ídolos.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Tommy Haas

Faltam exatamente 10 dias para o circuito de tênis voltar à ativa. Isso mesmo, os primeiros torneios na nova temporada começarão em 30 de dezembro. Brisbane, Doha e Chennai abrirão os trabalhos para mais um ano de muito tênis.

O início do ano desperta muita expectativa em toda América Latina, todos querem saber quem serão os astros que desembarcarão do lado de cá do Atlântico. Para nós brasileiros, a expectativa é tripla. Este ano teremos o já tradicional Brasil Open, o WTA de Floripa e a estreia do Rio Open que combina a disputa no masculino e feminino.

O Rio Open começará com força total e já anunciou a participação de dois grandes astros do tênis, Rafael Nadal e David Ferrer. O WTA de Florianópolis sonha com a presença de Serena Williams.  Enquanto o Brasil Open contará com a ilustre presença de Tommy Haas. Então, o nosso post de hoje é dedicado a esse grande tenista (que é um dos preferidos do Lucky Loser), assim aproveitamos para aquecer os motores para ver a bolinha amarela em ação.     

Tommy Haas nasceu em Hamburgo, Alemanha e mora na Flórida, EUA desde os 11 anos. Começou a dar suas primeiras raquetadas aos quatro anos e desde aquela época já era possível perceber o talento do alemão. Nick Bollettieri, uns dos grandes formadores de talentos do tênis de todos os tempos, descobriu Tommy quando o alemão tinha 11 anos. Bollettieri ficou impressionado com o jovem e o chamou para treinar em sua academia. Assim, moldou um dos grandes talentos da história do tênis.

Haas é um jogador clássico, joga bem todas as superfícies e executa bem todos os golpes. Tem um ótimo saque, voleia com precisão e tem um lindo e eficiente backhand com uma mão. Tommy é um jogador versátil, consegue se adaptar rapidamente e mudar o jogo a seu favor, muitas vezes quebrando o ritmo do adversário. Além de exibir uma impressionante forma física aos 35 anos.

A carreira de Haas foi marcada por sérias lesões. A primeira lesão foi no ombro, logo após alcançar a posição de número dois do ranking. Como consequência o alemão ficou de fora de toda a temporada de 2003. Depois em 2010 uma lesão no quadril tirou Haas das quadras por quase dois anos. Contudo, Tommy voltou e desde 2011 vem conquistando ótimos resultados.

Tommy terminou o ano como número 12 do ranking. Foi protagonista de grandes partidas ao longo da temporada. Conquistou uma vitória histórica em cima de Djokovic, número um do mundo na época, no Masters de Miami.   

Haas já esteve no Brasil duas vezes, a primeira em 2010 quando acompanhou a esposa, a atriz Sara Foster na divulgação de um filme. No ano passado o alemão participou do Tour de Roger Federer em São Paulo. Os dois, que são grandes amigos, fizeram a alegria do público no Ginásio do Ibirapuera em uma divertida exibição. O ponto alto foi quando os dois vestiram a camisa da seleção e brincaram em quadra, confira o vídeo:

 Tommy é um dos tenistas mais carismáticos do circuito, passa longe da frieza alemã. Além de Federer, o brasileiro André Sá está entre os melhores amigos do alemão. Os dois jogaram juntos o torneio de duplas de Valência e tomaram um sorvetinho após o jogo de Haas em Roland Garros.

 
Tommy Haas é um grande jogador com uma carreira incrível. Ao longo desses 17 anos de estrada, o alemão conquistou 15 títulos, chegou a número dois do mundo e ganhou medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Sydney em 2000. Apesar de nunca ter conquistado um Grand Slam, Haas é admirado por seu talento no mundo inteiro. Mas não é só pelo talento que Tommy é admirado, o alemão é praticamente unanimidade entre o público feminino, que o considera um dos jogadores mais bonitos do circuito.
Não faltam motivos para conferir a passagem de Tommy Haas em terras brasileiras. Então, não deixe de assistir o alemão nas quadras de São Paulo entre os dias 24 de fevereiro e 2 de março de 2014.   

  

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Lugares inusitados

O mundo do tênis está férias e o Lucky Loser aproveitou para tirar uma folguinha também. Mas, aviso a vocês que os dias de pernas para o ar já chegaram ao fim. Aqui no blog, é claro, e também para alguns jogadores que já iniciaram a pré-temporada como Andy Murray.

Nesse meio tempo entre as férias e a volta aos torneios, rolam muitas exibições ao redor do mundo. A América do Sul esteve agitadíssima nas últimas semanas com as presenças de Rafael Nadal e Novak Djkokovic. As duas feras vieram para participar das despedidas de dois grandes jogadores do lado de cá do Atlântico. No Chile Nicolás Massú e na Argentina David Nalbandian deram adeus ao tênis profissional. Entretanto, o assunto do post é outro.

Você sabe que o circuito do tênis anda pelos quatro cantos do mundo e encontra cenários de natureza exuberante e arenas espetaculares. Acrescente alguns dos maiores nomes da história do tênis, e temos um dos esportes mais assistido no planeta. Porém, como se isso não fosse suficiente para atrair milhares de fãs, muitos torneios e patrocinadores fazem de tudo para divulgar o seu evento. Assim, nascem os jogos em condições inusitadas.

Inspirada na exibição que Rafa e Nole fizeram em um cenário impressionante, na Patagônia, resolvi relembrar os lugares mais singulares em que os tenistas já tiveram a oportunidade de jogar.

 

 
 
Nadal e Djokovic se divertiram muito aqui na América do Sul. Dizem que eles não são mais amigos. Mas, quem viu algumas imagens dos dois, aqui nos nossos vizinhos, pode jurar o contrário.
 

 
Nole e Rafa fizeram uma inesquecível exibição no deque de um navio que passeava no Glaciar Perito Moreno, na cidade de El Calafate.

Sê tem um lugar que adora promover uma partida de tênis de um modo inesperado, esse lugar é Doha no Qatar. Os xeiques capricham na produção e nos garotos-propaganda: Rafael Nadal e Roger Federer.
Em 2009 os dois subiram a bordo de um navio e jogaram uma partidinha de tênis em alto-mar.

Já em 2010 o evento foi em terra firme ou quase isso. Roger e Rafa bateram uma bolinha em uma quadra suspensa no centro de Doha.
 


Em 2011 os dois voltaram para o mar. Mas dessa vez encontraram a quadra coberta pela água.

Depois de enfrentar a água, Rafa e Roger tiveram de encarar o fogo. Em 2012 toda a quadra foi iluminada por velas.


 
Antes dessas exibições em Doha, Federer e Nadal já haviam protagonizado uma disputa maluca. Foi em 2007 na "Batalha das Superfícies", que aconteceu na cidade natal do espanhol, Mallorca. Metade da quadra estava coberta por grama e a outra metade por saibro. Durante o jogo houve várias trocas de calçado, já que na grama os tenistas usam um tênis com pequenas travinhas na sola. A partida, pra lá de curiosa, terminou com vitória de Rafa por dois sets a um.

Alguns anos antes, Roger Federer já tinha estreado em partidas singulares. Em 2005 fez um jogo em uma quadra montada em um heliponto, na luxuosa cidade de Dubai. "Nas alturas" Roger teve companhia de outra fera do tênis, André Agassi.

Até mesmo o Brasil já fez a sua partida excêntrica. Em 2009 uma rede de tênis foi estendida em plena Oscar Freire, a rua mais chique de São Paulo. Então, Maria Sharapova teve a honra e o prazer de bater uma bolinha com a nossa rainha Maria Esther Bueno. As duas Marias pararam o trânsito e se divertiram muito.

Em 2010, o Premiere de Cincinnatti montou uma quadra no terraço de uns dos prédios mais altos da cidade para promover o torneio. Duas americanas foram as escolhidas para jogar no arranha-céu, Melanie Oudin e Julia Boserup.

   
O topo de uma montanha na Áustria foi mais um lugar exuberante escolhido para uma partida de tênis. O jogo, que aconteceu em 2011, foi disputado por Julia Goerges e Jarmila Gajdosova.

Neste ano, a Nike achou uma maneira muito divertida para promover os uniformes usados por suas principais estrelas. Roger Federer, Rafael Nadal, Serena Williams e Maria Sharapova disputaram uma partida de duplas mistas no escuro. A rede, as linhas e os uniformes eram fluorescentes, assim os quatro brilharam, literalmente, em Paris.


 
Até uma das principais arenas do tênis já foi palco de uma disputa diferente. No ano de 2008 rolou um jogo de basquete na quadra central de Indian Wells, devidamente adaptada para partida. Phoenix Suns e Denver Nuggets foram os times que protagonizaram a disputa em céu aberto. Lembrando que todos os jogos da NBA são realizados em arenas cobertas. Esse fato colaborou para a disputa ser ainda mais diferente.

O prédio mais alto do mundo o Burj Khalifa, de 828 metros, foi escolhido para divulgar o torneio de Dubai em 2012. A situação não envolveu exatamente uma partida de tênis, mas sim um tenista. Andy Murray subiu no Khalifa e como bom britânico jogou futebol em um pequeno campo montado pela organização do torneio.

Todos esses jogos inusitados nos fazem gostar mais ainda desse esporte que já é tão apaixonante. Ficamos na expectativa das próximas divertidas loucuras que envolvam uma rede, bolinhas amarelas e astros da raquete.