terça-feira, 12 de novembro de 2013

Djokotri

A temporada da ATP chegou ao fim e o Finals esquentou a última semana com grandes disputas. Novak Djokovic conquistou o tricampeonato com uma campanha impecável.

 

Quem leu o post anterior viu que eu disse que o sérvio era o grande favorito (há! rs). Djokovic vinha mostrando seu melhor tênis nas últimas semanas, ganhando cada vez mais confiança e mostrando um lado emocional inabalável como era comum em 2011. Com um ótimo desempenho Novak venceu todas as partidas da primeira fase, não deu chances a Wawrinka na semi e foi perfeito na final diante do número um.

Rafael Nadal conseguiu fazer um torneio muito bom, apesar das inúmeras reclamações ao longo da semana, por conta do Finals ser sempre disputado no piso duro. Na fase de grupos Rafa jogou bem, Wawrinka deu muito trabalho, mas o espanhol mostrou superioridade. Na semi diante de Federer foi contundente e anotou a 22ª vitória para cima do suíço. Na final errou mais do que o normal e viu seu jogo anulado por Djokovic.

O capítulo 39 do maior clássico de todos os tempos do tênis mundial não foi tão empolgante quanto o esperado. Nole entrou em quadra determinado a defender seu título. O sérvio mostrou uma postura agressiva e jogo defensivo perfeito. Acuou o touro que não conseguiu achar a saída e acabou errando demais. No fim da partida Rafa tentou uma reação, porém Nole estava consistente e freou o espanhol. Assim, Djoko levantou o troféu do Finals pela terceira vez e conquistou o sétimo título do ano. Aliás, o sérvio fez um final de temporada perfeito, dos sete canecos, quatro foram conquistados após o US Open.

 
O estreante Stanislas Wawrinka foi a grande surpresa do torneio. Muita gente achava que o suíço iria entrar no torneio com ares de "já estou satisfeito de estar aqui". Porém, na primeira partida contra Berdych, Stan mostrou que tinha vindo para jogar sério. Fez um jogão diante de Nadal, mas ainda faltou um pouquinho para conseguir vencer. Com uma ótima vitória para cima de Ferrer se qualificou para a semifinal em sua primeira participação no Finals. Depois caiu na armadilha de Djokovic, que destruiu Wawrinka no jogo mental com rallies intermináveis.

 

Wawrinka sempre viveu a sombra de Roger Federer. Stan é um dos jogadores mais talentosos do circuito, entretanto teve o azar (ou não) de ser contemporâneo do maior tenista de todos os tempos. Mas esse ano o suíço que realmente brilhou foi Wawrinka. Graças a ele a Suíça termina o ano, pela primeira vez na história, com dois jogadores no top 10. A apresentação surpreendente do suíço merece um troféu Lucky Loser.

David Ferrer foi, mais uma vez, o tenista que mais jogou na temporada. Porém desta vez o espanhol terminou o ano esgotado. O cansaço de Ferrer já tinha sido perceptível em Paris. Em Londres a coisa ficou pior, sem tempo para descansar David não teve pernas para jogar contra os melhores do ano. Nesse final de temporada foram sete semanas seguidas de torneios. David tem um dos melhores preparos físicos do circuito ao lado de Nadal, Djokovic e Murray. Entretanto o espanhol tem 31 anos e precisa pensar melhor no calendário. Ferrer termina o ano com sua melhor colocação no ranking, a terceira posição, mas todo mundo sentiu falta do tênis envolvente do espanhol no último torneio.

 

Marrero e Verdasco perfeitos


Na chave de duplas a Espanha foi bicampeã, no ano anterior Granollers e Lopez venceram. Na atual temporada David Marrero e Fernando Verdasco desbancaram os Bryan’s Brothers e conquistaram título inédito.

 

A dupla espanhola foi a sexta a conseguir classificação para o Finals e não era apontada como favorita ao título. Mas Marrero e Verdasco começaram o torneio com todo o gás e venceram com facilidade os compatriotas Granollers/Lopez. Na segunda rodada desbancaram Paes/Stepanek por dois sets a zero e foram a primeira dupla a confirmar classificação para a semi. Na semifinal os espanhóis se aproveitaram do serviço ruim do brasileiro Marcelo Melo e do croata Ivan Dodig. Com ótimas devoluções dominaram os adversários e venceram, mais uma vez, sem dificuldades.

Na grande final Marrero e Verdasco entraram extremamente focados, sacaram e devolveram muito bem, além de mostrar muito entrosamento. Sem baixar a cabeça diante da melhor dupla do mundo, os espanhóis foram consistentes no match-tiebreak, desbancaram os americanos e levantaram a taça dos campeões. Marrero emocionou o público na cerimônia de premiação ao dedicar o título ao avô e precisou da ajuda do parceiro Verdasco para explicar que perdeu o avô no dia 11 de novembro de 2011.

Fernando Verdasco disputou o Finals em 2009 na simples, não venceu nenhum jogo. Agora nas duplas foi perfeito, o espanhol abusou dos golpes com seu forehand potente, devolveu muito bem, fez lindos lobbys defensivos, sacou de forma firme e fez um ótimo trabalho na rede. Isso tudo durante todo o torneio. Sinto falta de ver Verdasco jogar assim em simples. O espanhol termina o ano com 30º do ranking, muito pouco para um ex-top 10. Tomara que Fernando se motive para o próximo e ano e se dê conta do talento que tem.

#Brasilnasduplas



O Brasil parou nas semifinais do Finals, mas só tem a comemorar. Bruno Soares e Marcelo Melo fizeram as melhores campanhas da primeira fase. Marcelo e Dodig não fizeram um bom jogo na semi, entretanto venceram os irmãos Bryan pela segunda vez durante a fase de grupos. Mike admitiu que os brasileiros incomodam. Marcelo termina o ano como sexto do ranking individual, terceiro do ranking de duplas e um título de Masters 1000. Além de ter participado da final de Wimbledon.

Bruno e Peya fizeram grande jogo diante dos Bryans na semifinal. Foi a melhor apresentação dos meninos no torneio. O match-tiebreak foi decidido nos detalhes e como o próprio Bruno disse "faltou um pouquinho" para o melhor duplista do Brasil alcançar a final. Bruno e Alex fecham o ano como a dupla número dois e seis títulos, entre eles o Masters 1000 de Montreal. Além do vice-campeonato do US Open. Bruno é o terceiro do ranking atrás, apenas, de Mike e Bob Bryan.

O melhor ano da história do Brasil nas duplas. Desde Guga que não tínhamos resultados tão expressivos no tênis. Esperamos que os resultados não sejam ignorados e que o Brasil aproveite a boa fase para divulgar o esporte e preparar novos campeões.
Parabéns ao Bruno e Marcelo!



Sim, já estamos com saudades do nosso esporte favorito. Mas antes das férias de verdade, ainda rola a final da Copa Davis. A Sérvia de Novak Djokovic enfrenta em casa a República Tcheca de Tomas Berdych, atual campeã. A disputa começa na sexta-feira e é o assunto do próximo post. Até lá!



 



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