O anúncio da
aposentadoria de David Nalbandian
era esperado, afinal o argentino vinha sofreando com dores, quase não atuou no
ano e o assunto era comentado nos bastidores. Mas isso não impediu que o os fãs
de tênis se entristecessem nesta terça-feira com o anúncio oficial da retirada
de Nalba.
David Nalbandian brilhou nas quadras do
circuito desfilando muito talento e técnica apurada. Como bom argentino desfilou,
também, toda a sua marra. Nalbandian
tinha um comportamento explosivo, diziam que gostava muito de festas, não era
muito delicado no trato com imprensa. Mas duvido que alguém que tenha
acompanhado sua carreira não tenha se encantado com o belo jogo do argentino
pelo menos uma vez.
Apesar da
marra, David, tem um imenso carisma
e isso ajudou a ter muitos fãs ao redor do mundo. Inclusive a lista de fãs
brasileiros é extensa. Quem acompanhou Nalbandian
nas disputas do Brasil Open 2013 e
2012 pode perceber o carinho do público brazuca com o hermano. Na edição de
2012 toda a torcida foi dedicada a ele. Já em 2013 perdeu o posto de queridinho
para o amigo Rafa Nadal. Porém, em
todos os seus jogos a torcida era dele, menos na final quando enfrentou,
justamente, Nadal.
Na Argentina Nalbandian é El Rey. Nossos hermanos
estão acostumados a terem ídolos no tênis, Guillermo
Vilas, Guillermo Coria, o belo Gastón
Guadio, entre outros. Entretanto, nenhum foi tão idolatrado quanto Nalbandian. Os argentinos simplesmente
amam o cara. A grande dedicação de David
com a Copa Davis é um dos motivos
para a adoração. No recente desentendimento com Del Potro a maior parte dos torcedores argentinos ficou ao lado de Nalbandian. E segundo a imprensa
argentina, tendem a torcer agora por Juan
Mónaco.
Nalbandian destacou em sua entrevista
coletiva que a única lamentação que tem na carreira foi nunca ter vencido a Copa Davis.
“A Copa Davis é uma espinha
que não consegui cumprir, faltou ganhar dois pontos e nada mais, isso é o que
mais me dói, não ter vencido a Copa
Davis pela Argentina",
Em 13 anos de
carreira Nalbandian foi número três
do mundo e conquistou 11 títulos. Entre eles os Masters de Madrid e Paris e a Masters Cup de 2005 (atual ATP
Finals). A final da Masters Cup
contra Roger Federer é um dos jogos
mais lembrados do argentino. David
bateu Roger, que era número um na
época, com uma virada espetacular, depois de estar dois sets abaixo. O tenista
foi, ainda, vice-campeão em Wimbledon 2002
quando perdeu para Lleyton Hewitt.
Alguns
jogadores falaram sobre a retirada de Nalbandian:
“Deixa uma marca muito importante no tênis
argentino e mundial” (Guillermo Coria)
“Eu sempre admirei o jogo de Nalbandian”
(Roger Federer)
“Quando estava em forma podia ganhar de
qualquer um” (Juan Martín Del Potro)
“Foi um dos jogadores mais talentosos que o
tênis viu nos últimos 15 ou 20 anos” (Rafael Nadal)
“Obrigado por todo o tênis que deu Rey, vamos
perder muito dentro de quadra! Talento único” (Juan Mónaco)
“Nos deixa um grande do tênis, foi um prazer
conviver e jogar todos estes anos com Nalbandian. Muita sorte em sua nova etapa
Rey” (David Ferrer)
“Ele teve uma carreira espetacular” (Gastón
Guadio)
A despedida será em grande estilo. Em jogo
exibição em sua cidade natal, Córdoba. Como adversário Nalbandian escolheu um dos melhores amigos do circuito, Rafael Nadal. As entradas já estão à venda
e com preços salgados, a partir de 700 reais. Mas para ver El Rey em sua
despedida jogando contra El Toro acho que vale!
Difícil pensar
que não veremos mais os chiliques de Nalba
em quadra, as discussões com os juízes, as raquetes indo ao chão. E é mais
difícil ainda pensar que não veremos mais as jogadas espetaculares e toda a
garra característica. Bolas extremamente anguladas e baixas, o backhand com
duas mãos mais eficiente do circuito, seu jogo de antecipação, velocidade e
terminação perfeita na rede. El Rey com certeza nos deixa ótimas memórias.
Gracias y adiós David!
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