sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Adiós Rey

O anúncio da aposentadoria de David Nalbandian era esperado, afinal o argentino vinha sofreando com dores, quase não atuou no ano e o assunto era comentado nos bastidores. Mas isso não impediu que o os fãs de tênis se entristecessem nesta terça-feira com o anúncio oficial da retirada de Nalba.



David Nalbandian brilhou nas quadras do circuito desfilando muito talento e técnica apurada. Como bom argentino desfilou, também, toda a sua marra. Nalbandian tinha um comportamento explosivo, diziam que gostava muito de festas, não era muito delicado no trato com imprensa. Mas duvido que alguém que tenha acompanhado sua carreira não tenha se encantado com o belo jogo do argentino pelo menos uma vez.

Apesar da marra, David, tem um imenso carisma e isso ajudou a ter muitos fãs ao redor do mundo. Inclusive a lista de fãs brasileiros é extensa. Quem acompanhou Nalbandian nas disputas do Brasil Open 2013 e 2012 pode perceber o carinho do público brazuca com o hermano. Na edição de 2012 toda a torcida foi dedicada a ele. Já em 2013 perdeu o posto de queridinho para o amigo Rafa Nadal. Porém, em todos os seus jogos a torcida era dele, menos na final quando enfrentou, justamente, Nadal. 

Na Argentina Nalbandian é El Rey. Nossos hermanos estão acostumados a terem ídolos no tênis, Guillermo Vilas, Guillermo Coria, o belo Gastón Guadio, entre outros. Entretanto, nenhum foi tão idolatrado quanto Nalbandian. Os argentinos simplesmente amam o cara. A grande dedicação de David com a Copa Davis é um dos motivos para a adoração. No recente desentendimento com Del Potro a maior parte dos torcedores argentinos ficou ao lado de Nalbandian. E segundo a imprensa argentina, tendem a torcer agora por Juan Mónaco. 

Nalbandian destacou em sua entrevista coletiva que a única lamentação que tem na carreira foi nunca ter vencido a Copa Davis.

 “A Copa Davis é uma espinha que não consegui cumprir, faltou ganhar dois pontos e nada mais, isso é o que mais me dói, não ter vencido a Copa Davis pela Argentina",        

Em 13 anos de carreira Nalbandian foi número três do mundo e conquistou 11 títulos. Entre eles os Masters de Madrid e Paris e a Masters Cup de 2005 (atual ATP Finals). A final da Masters Cup contra Roger Federer é um dos jogos mais lembrados do argentino. David bateu Roger, que era número um na época, com uma virada espetacular, depois de estar dois sets abaixo. O tenista foi, ainda, vice-campeão em Wimbledon 2002 quando perdeu para Lleyton Hewitt.

Alguns jogadores falaram sobre a retirada de Nalbandian:

“Deixa uma marca muito importante no tênis argentino e mundial” (Guillermo Coria)

“Eu sempre admirei o jogo de Nalbandian” (Roger Federer)

“Quando estava em forma podia ganhar de qualquer um” (Juan Martín Del Potro)

“Foi um dos jogadores mais talentosos que o tênis viu nos últimos 15 ou 20 anos” (Rafael Nadal)

“Obrigado por todo o tênis que deu Rey, vamos perder muito dentro de quadra! Talento único” (Juan Mónaco)

“Nos deixa um grande do tênis, foi um prazer conviver e jogar todos estes anos com Nalbandian. Muita sorte em sua nova etapa Rey” (David Ferrer)

“Ele teve uma carreira espetacular” (Gastón Guadio)

 A despedida será em grande estilo. Em jogo exibição em sua cidade natal, Córdoba. Como adversário Nalbandian escolheu um dos melhores amigos do circuito, Rafael Nadal. As entradas já estão à venda e com preços salgados, a partir de 700 reais. Mas para ver El Rey em sua despedida jogando contra El Toro acho que vale!    

 

Difícil pensar que não veremos mais os chiliques de Nalba em quadra, as discussões com os juízes, as raquetes indo ao chão. E é mais difícil ainda pensar que não veremos mais as jogadas espetaculares e toda a garra característica. Bolas extremamente anguladas e baixas, o backhand com duas mãos mais eficiente do circuito, seu jogo de antecipação, velocidade e terminação perfeita na rede. El Rey com certeza nos deixa ótimas memórias. Gracias y adiós David! 

 

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